sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Verdade ou consequência 2

     Eu sou a favor de enganar as crianças. Aliás, eu adoro fazer isso. Sou a favor de olhar bem no fundo dos seus olhinhos brilhantes e mentir descaradamente. Sou a favor de inventar coisas muito doidas e enfiar na cabeça delas como se isso fosse a coisa mais real do mundo. É isso aí, não nego, sou fã de carteirinha do Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Fada do Dente e seus amigos. Eu sou muito fã dessa magia, dessa inocência, desse sonho que envolve esses personagens! No que diz respeito a mim, nesse assunto eu minto mesmoooo! Aqui em casa eu rebolo, invento e faço o que eu posso para viver essa delícia que é, a cada data mágica, fazer realmente a mágica acontecer. Pena que hoje em dia as crianças sejam tão malandras e isso acabe cada vez mais cedo. Não tem jeito, um dia a casa cai. 
     Já contei aqui como foi quando a minha primogênita descobriu. Foi um tremendo choque para ela. Hoje chegou a vez da minha Jujubinha. Ela do nada (já que não está na época de nenhuma festa) afirmou, super sentida, que o coelho da Páscoa não existe. Juro, fiquei sem chão. Ela falou com uma tristeza e principalmente, com uma certeza, que eu vi que não ia ter jeito a não ser abrir o jogo. Mais triste é saber que quando cai um, caem todos. Daí ela contou de onde veio a pergunta: nas férias, a prima dela, Natalie, mais nova que ela, mostrou-lhe uma foto que eu postei no Instagram, na qual eu estou desenhando as pegadinhas no chão. Caraca, isso tem uns quinze dias pelo menos! Pensa quanto tempo ela ficou refletindo o assunto pra me contar e me perguntar! Tadinha! Ainda pediu para eu não brigar com a Naná! Eu não vou brigar, eu vou torcer o pescoço! Kkk Aff! Sou muito a favor da inocência e muito contra crianças em redes sociais!!!
     Deu tanta pena! O mundinho dela desabou, sabe? Ela chorou compulsivamente, chorou tão magoada, foi de partir o coração... Engraçada foi a história que eu lembrei na hora. Quando ela tinha uns dois anos e a Nanna nove, a idade que ela tem agora, era Natal e a Nanna quis fazer uma carta. Bruno e eu observando a Nanna chamar a Juju para ajudar com a cartinha. Daí a Juju vira e fala na cara da Nanna: 
- isso não existe, são os nossos pais que compram. E a Nanna:
- Julia, para de falar besteira, sua maluquinha! Vamos fazer a carta senão ele não vai saber o que nos queremos de presente e blá blá blá.
     Para animá-la um pouco, combinei que na próxima festa nós vamos juntas "enganar" o Pedro. Ela até deu um sorrisinho mas a tristeza imperou por aqui hoje.
   

Um comentário:

  1. A Julia tem um coração enorme e a sensibilidade no máximo. Deu pra ver nos olhos dela que uma parte do brilho se perdeu com essa estória. Foi difícil. Mas hoje conversamos novamente e ela parece mais calma e valorizando todo esforço que fizemos por ela. Parece que além de todo olhar carinhoso que ela sempre reservou para os pais, agora ela olha pra gente com um quê de Papai Noel e coelho da Páscoa tb. Rsrsrsrs.
    Essa sempre foi uma característica nossa. Lutar bravamente para manter a inocência de nossos filhos. Aprendi e valorizei isso com vc Lelé. Pena de quem não vê como isso é importante.

    ResponderExcluir