sábado, 12 de setembro de 2015

Nossa ida para Oxford!

     Chegamos, uhuuuuuuu! Me sinto tãooo feliz! Dito isso, vou contar a saga que foi chegar aqui!
     O dia começou com dor no estômago. O frio na barriga era tão forte que virou dor física! A verdade é que eu repeti pra mim mesma feito um mantra que era hoje que a gente vinha pq ainda não estava conseguindo acreditar! Um sonho muito grande estava se realizando! Me sinto orgulhosa do maridão e da nossa parceria em tudo que fazemos e conquistamos.
      Me despedi da minha irmazinha, meu afilhado e da Rebeca bem rapidinho, pra não chorar! Meu compadre Paulo junto com a Mari nos levaram à rodoviária para a primeira pernada. Quando eu ainda estava lá na casa deles, me dei conta de que, caraca, eu estava mega ferrada. Precisou de dois carros pra nós sairmos de um lugar pro outro, dois carros lotados! Levamos tanto tempo pra enfiar todas as bagagens dentro deles que era óbvio que ia ser trabalho demais para um pessoa só! Nessas horas eu levanto as mãos pro céu por criar meus filhos do jeito que crio! Não carrego a mochila de ninguém pra ir à escola, saio do mercado distribuindo sacola pra todo mundo, faço cada um fazer o que consegue em casa e com essas pequenas coisas, cada um deles sabe que tem a sua parte a fazer, sabe que tem que ajudar no que for possível. Hoje eles mostraram que seguram a barra mesmo quando não dá mais!
     Paulo e Mari nos deixaram na porta da rodoviária de São José dos Campos. Entulhei um daqueles carrinhos com as malas mais pesadas e sai correndo pra despachar. Voltei correndo, enchi mais dois carrinhos, dessa vez peguei um, Nanna outro e os pequenos levaram no braço e nas costas o que sobrou. Doze malas no total. Ulalá! Da rodoviária ao aeroporto de Guarulhos foi pouco mais de uma hora de viagem. Desembarcamos e foi ridículo. Cara, não tinha como carregar tudo, não dava! Era mala demais pra adulto de menos! Pensei em empilhar em quatro carrinhos mas o Pepê ainda é tão pequeno que não tem altura pra enxergar kkkkk! O jeito foi empilhar em três e colocar a Juju pra malhar! O Pedro tb empurrava junto, com ela guiando. Parei pra registrar o momento:



     O check in demorou pacas, queria ter comido algo com as crianças mas não deu tempo. Comprei as últimas libras por aquele precinho estratosférico e embarcamos. Aí que deu raiva. Muita! O avião teve algum problema e ficamos parados no aeroporto por três horas! Sem água, comida, ar condicionado... PQP, foi Phodaaaa. Não tem brincadeira, imaginação ou bom-humor suficiente pra enrolar as crianças tanto tempo nessa tortura. Já tinha passado da meia noite e os putos nem pra dar uma luz sobre o que ia acontecer. Mas no fim das contas, mesmo com zero explicação por parte da companhia, levantamos voo. Amém! Foi o bichinho voar pras crianças, mesmo morrendo de fome, capotarem. Não deu quinze minutos começaram a servir o jantar. Meu mau-humor estava nas alturas, literalmente. Daí, confesso, foi fofo. O comissário veio com aquele carrinho e pediu para eu abaixar as bandejinhas. Eu tipo: what? Eles três chapados, no décimo sono, vou abrir as bandejas pra quê?! Eu não tinha força, disposição, paciência, eu estava com fome mas tb estava dispensando a comida, cara, eu só queria dormir! Fora que meus filhos são uns malas pra comer quando estão acordados, imagina quando estão dormindo? Caso perdido! Daí ele abaixou todas as bandejas, inclusive a minha e começou a falar que a gente tinha que comer senão a gente ia morrer de fome, que era importante etc, me deu minha comida e se encarregou de acordar todo mundo. Até aí eu ainda estava querendo matá-lo, ele só estava me dando trabalho kkk! Daí ele ficou lá, ao nosso lado, dando comida pra Julia, ajudando o Pedro, foi super paciente e solícito. O cara me salvou! Ficou de babá! Foi super bom!


     Com o super atraso do voo para sair do Brasil, chegamos a Casablanca com pouca esperança de conseguir pegar a conexão. O cara do raio-x encrencou com a minha bagagem de mão e me fez abrí-la. Até aí, tranquilo, faz parte. Eu estava levando uma caixa de metal com um jogo que adoramos: dominó mexicano. São 91 peças. O cara não deixou a caixa cair no chão?! Voou peça pra tudo que foi lado, pataqueoparillllll! Na mesma hora a criançada começou a operação rastejo. Afinal, se perder uma peça, já era! Só que aquela parte do raio-x é lotada, né? Fica aquela confusão. Daí o cara que derrubou tudo ficou me tocando de lá, mandando eu andar. Como assim, meu amigo? Quem foi a anta que derrubou tudo? Ah, tá! Vai se ferrar! Já tô saindo, Kirido! Assim que eu achar tudo! Tem gente que é tão legal, né? Daí que aquela esperança de não perder a conexão se esvaiu. Ao acabarmos de catar tudo, pior, ao acreditar que acabamos de catar tudo (o que só descobri qd cheguei aqui e yes, catamos tudooo!), tinha certeza que a tinha perdido.
     Perdemos mesmo. Mas nem foi tãoo ruim, só duas horas de espera. O que foi phoda nisso tudo foi estar incomunicável. Estava previsto de chegarmos ao Heatrow às 17 horas. Pelo andar da carruagem, eu só chegaria lá às 20:30 com a certeza de ficar mais de uma hora na imigração. Já estava começando a sofrer só de imaginar o nervoso que o Bruno ficaria de chegar lá e mofar sem nenhuma notícia minha. Mas não tinha o que fazer. Pousamos no Heatrow no horário previsto. A fila da imigração era algo inacreditável. Se eu não fosse adulta, eu tinha chorado! Já estávamos viajando há 24 horas e tínhamos uma fila quilométrica pela frente, em pé! Eu nem sabia onde terminava a fila... Aff, foi horrível! Passado mais de uma hora naquela tortura, veio um cara e perguntou se eu era brasileira e se os três eram meus filhos. Eu respondi que sim e então ele me tirou de lá (eu estava mais ou menos no meio da fila) e me colocou na fila de quem tem prioridade. Oremos! Em dez minutos, passamos pela imigração. 
     Ver meu fofinho foi emocionante. Finalmente, estávamos todos juntos novamente e aqui, na Inglaterra! Ele me recebeu com uma puta cara de alívio e um buquê de flores -  que depois deu um trabalhão pra carregar pq não tinha nenhuma mão sobrando para carregá-lo! Ele foi todo amassado dentro de uma mochila! kkk. Daí ele me contou que passou as últimas horas tentando obter notícias nossas junto a cia, que não forneceu nenhuma, e junto à imigração. Ele ligou tantas vezes que acreditamos que o cara foi me resgatar na fila pq ficou com pena dele. Oremos de novo! kkkkk Valeu, mozão!


     Eu bem queria que tivesse acabado pq, juro, não aguentava mais, não. Eu era o bagaço do bagaço. Mas ainda faltava um monte... Pegamos um metrô dentro do aeroporto até a estação de ônibus. Depois um ônibus executivo até Oxford. Depois outro ônibus de rua até a nossa nova casa. 



     Só que cada pernadinha dessa, não tinha mais aqueles carrinhos de aeroporto para ajudar. Era tudo na mão! Pourrannn! Dividimos as malas por peso, colocamos as mochilas nas costas e cada um pegou duas de acordo com o seu tamanho, Bruno as mais pesadas até Pedro, as mais leves. Quando desembarcamos do último transporte, o ônibus de rua, até a nossa casa eram quatro quarteirões a pé. Pra melhorar, estava fazendo 8 graus. Foi de chorar! Acho que nunca me senti tão exaurida na vida. Bravus race que nada, essa vinda pra cá, re-redefiniu meus limites huahauhau! As crianças se mostraram super guerreiras, foi de dar orgulho dos meus mini-bravus! Todo mundo estava carregando malas e todo mundo sabia que não tinha como receber ajuda, cada um tinha a sua parte a fazer. Daí a Juju, em meio à gargalhadas de dor falou: nossa! Meus bracinhos estão queimando tanto que parece até que vão cair!!! Mas por incrível que pareça, apesar de todo cansaço e até dor, estava todo mundo feliz pra caramba! Entrar na nossa casa nova foi incrível! Todo mundo curioso! Animado! Mesmo exaustos, lanchamos e abrimos um vinhozinho pra celebrar! Muito bom finalmente estarmos aqui! Papai do céu nos abençoe nessa nova vida! U-hu!


  

Um comentário:

  1. Minha linda, "memórias do futuro" estão acontecendo nesse momento! Rsrsrsr
    Temos uma família de guerreiros de verdade. Família com PH talvez! Rsrsrsrs Vc realmente enfrentou uma barra sem precedentes. Nossa vida sempre foi cheia de desafios. É cada um deles precede uma superação. Estamos juntos e sempre foi assim que resolvemos tudo. Orgulhos de vcs. Orgulhoso de vc. Agora a vida começa no UK. Benvindos!

    ResponderExcluir